Monthly Archives: novembro 2012

Em crise, setor sucroalcooleiro cobra políticas para etanol no Senado
   22 de novembro de 2012   │     18:29  │  0

O déficit brasileiro na produção de etanol já chega a 6 bilhões de litros por ano e mesmo assim as usinas não querem mais fabricar o produto. Esse é o melhor – ou pior – retrato da crise que atinge o setor sucroalcooleiro nacional.

O problema está na competitividade. O preço do etanol é limitado ao da gasolina, cujo valor é controlado artificialmente pelo governo federal. Nos últimos anos, segundo empresários do setor, os custos de produção do álcool aumentou em 50%, enquanto o seu valor de mercado permanece atrelado à gasolina.

A tendência é que, mantida a atual política, a situação se agrave. “Em breve não teremos mais produção de etanol no Brasil se o governo não atentar para a dura realidade que afeta as indústrias de todo o Brasil, especialmente o Nordeste, que além dos problemas de mercado, ainda enfrenta dificuldades por conta da seca”, alerta Pedro Robério Nogueira, presidente do Sindaçúcar-AL.

O objetivo dos empresários do setor é sensibilizar politicamente o governo federal. Nesse processo, eles recorrem a interlocução de governadores, deputados e senadores. Ontem a crise do setor foi tema de uma reunião na Comissão de Agricultura do Senado, em Brasília.

Aas entidades que representam as usinas de todo o Brasil pediram que os senadores interfiram junto ao governo federal em defesa de políticas públicas para o setor sucroalcooleiro nacional.

A seguir, reproduzo trechos de release distribuído pelo Sindaçúcar-AL:

Em audiência pública da Comissão Permanente de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado Federal, realizada nesta quinta-feira, em Brasília, representantes do setor sucroenergético nacional cobraram do governo federal a criação de políticas públicas permanentes de incentivo a produção de etanol.

Na reunião, que contou com a presença do presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira, as lideranças do setor destacaram a importância de medidas emergenciais do governo que sejam capazes de reverter a queda na produção e ampliar a participação do combustível na matriz energética brasileira.

Para o setor, a definição de um marco regulatório e a adoção de políticas de longo prazo dariam confiança aos investidores, aos usineiros e aos produtores, que precisam dessa sinalização para assumir novos investimentos e fazer frente às dificuldades atuais.

Além do marco regulatório, representantes do setor defenderam o aumento d a cota de etanol anidro na gasolina, de 20% para 25%, e a desoneração sobre a produção de etanol, além de medidas de apoio aos agricultores para recuperação da produtividade das lavouras.

De acordo com dados repassados pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), a expansão de etanol, que teve início em 2000, foi interrompida em 2008 com o mercado entrando em retração. Segundo o presidente interino da Unica, Antônio de Pádua, o apoio governamental dado à produção de gasolina, com a redução de tributos, por exemplo, não chega ao setor sucroalcooleiro.

Na ocasião, o presidente do Sindaçúcar-AL aproveitou a oportunidade para tratar das demandas específicas dos produtores de cana. Segundo Nogueira, os mais prejudicados hoje são os fornecedores que têm a atividade como principal fonte de renda, os quais respondem por 60% da produção nacional.

“Não há estímulo para captação de empréstimos pela falta de capacidade de pagamento. A crise fica mais aguda nos produtores genuínos e único de cana, como é o caso majoritário do Nordeste. É urgente que o setor interne no seu fluxo de caixa a perda de competitividade para repensar o projeto de crescimento com estabilidade e um marco regulatório adequado”, finalizou.

O senador Benedito de Lira (PP-AL) pediu ao governo que dê ao setor os mesmos incentivos que têm sido dados à industria automobilística e à de eletrodomésticos e eletroeletrônicos.

Os incentivos governamentais se justificam, na opinião do presidente da CRA, Acir Gurgacz (PDT-RO), tendo em vista ser o setor responsável por 12% do PIB do agronegócio e 2% do PIB nacional, conforme dados citados pelo parlamentar.

Alexandre Toledo deve assumir Câmara e indicar técnico para a Saúde
   21 de novembro de 2012   │     21:19  │  1

O suplente de deputado federal João Caldas não deve assumir a vaga da sua coligação que será aberta com a posse de Rui Palmeira na prefeitura de Maceió, a partir de janeiro.

É voz corrente entre os amigos mais próximos de Téo Vilela que o atual secretário de Saúde do Estado e primeiro suplente do PSDB, Alexandre Toledo, assume o mandato a partir de janeiro. Eu conversei com ele essa semana, mas consegui confirmar a informação: “está tudo na mesma”, me disse Toledo.

A ida para a Câmara depende de acertos com Téo Vilela. Esses acertos passam , claro, pelo destino da Saúde. A dúvida de Toledo, segundo amigos mais próximos, estaria em trocar a Secretaria, uma das mais importantes do governo, por dois anos na Câmara Federal. Mas na dúvida, tudo indica, ele deve ficar com os dois.

Circula a informação de que ele já acertou com Téo Vilela a indicação de um “técnico” para a Pasta. Será um nome do seu grupo aprovado pelo governador.

Toledo não confirma e até evita falar sobre o assunto. Mas ele tem sido aconselhado pelos seus assessores e amigos mais próximos a assumir a vaga: “ele foi eleito deputado e não secretário. Se não assumir ficará difícil justificar o voto”, me disse um dos seus principais aliados.

Outro secretário avalia que é possível Toledo assumir, passar um tempo na Câmra e depois voltar para a Saúde. São apenas suposições que tornam ainda mais difícil a decisão do secretário. Além disso ele terá de decidir se fica no PSDB ou se vai para o PSB de Eduardo Campos.

Se ficar onde está, disputa a reeleição. Se mudar de legenda, vai tentar vaga numa chapa majoritária em 2014.

Escritório, não!

Nessa arrumação sobraria para JC o escritório de representação de Alagoas em Brasília. “Não sei de nada”, diz Caldas. Ele já foi convidado para o cargo, no começo da segunda gestão de Téo Vilela, em 2011, mas não topou.

Para JC tudo não passa de boato. Ele prefere esperar, com paciência, o que vai acontecer. “Estou esperando a maçaranduba do tempo passar. A natureza não da saltos, cada coisa na sua hora”, diz o sempre criativo e bom frasista João Caldas.

Ibama deve liberar licença ambiental do estaleiro Eisa em janeiro
     │     18:55  │  8

Está confirmada para janeiro de 2013 a realização de audiência pública do Ibama em Coruripe. O objetivo é avaliar a nova área onde poderá ser construído o Estaleiro Eisa Alagoas, localizada entre o Miaí de Cima e o povoado Barreiras.

O Governo de Alagoas e o grupo Synergy chegaram a um acordo, em agosto deste ano,  para garantir o licenciamento ambiental para a construção do estaleiro Eisa em Coruripe. A partir daí o processo voltou a andar no Ibama, como o blog registrou em primeira mão no dia último 3.

Para viabilizar a licença, o empresário German Efromovich “cedeu”. Antes ele havia dito que a construção do estaleiro em outra área, diferente da pleiteada entre o Pontal de Coruripe e a foz do rio Coruripe, inviabilizaria o projeto em função de custos adicionais da ordem de US$ 150 milhões (para a construção de diques no mar).

Depois de várias reuniões com o secretário Luiz Otávio Gomes, do Planejamento e Desenvolvimento, e técnicos ambientais, Efromovich autorizou a apresentação de novo estudo de impacto ambiental. A nova área fica entre o Miaí e Barreiras e foi anunciada ainda em setembro deste ano durante a campanha eleitoral pelo prefeito de Coruripe, Marx Beltrão (PMDB).

Desde julho, quando o Ibama negou a licença para a área 5, o governador Teotonio Vilela Filho teve pelo menos três audiências com a ministra Isabella Teixeira, do Meio Ambiente. Eles estabeleceram um pacto de silêncio para evitar novas polêmicas em torno da questão do licenciamento ambiental.

Desde então um grupo de técnicos passou a trabalhar no novo projeto de licenciamento e, recentemente, em informação dada em primeira mão neste blog, o secretário Luiz Otávio Gomes anunciou: “teremos até janeiro uma boa notícia”, adianta. Em tom de mistério, o secretário diz que “sobre esse assunto não posso falar mais nada”.

Ainda assim Gomes disse que de fato “deveremos” ter o estaleiro em Alagoas: “pelo que sei a audiência pública será em janeiro, mas não posso falar mais sobre esse assunto”.

O processo

De fonte segura, confirmei a Informação que diz que o Eisa  apresentou, há mais de dois meses, o pedido de licença para nova área. O estudo de impacto ambiental já foi apresentado e está sendo analisado.

O grupo Synergy também faz mistério sobre o licenciamento. Mas pelo que se sabe ele deve ser liberado nos próximos dias graças a pressão da bancada federal e, em especial do senador Renan Calheiros. O líder do PMDB no Senado pediu vistas num projeto de interesse do Ibama, criando cerca de 800 novos cargos em todo o Brasil.

Renan avisou a ministra que só devolve o processo depois que a licença sair. Ontem a ministra Isabella Teixeira conversou com o senador sobre a questão e hoje, não por mera coincidência, técnicos do Ibama em Maceió, informaram que o Eisa pediu o licenciamento em nova área.

A diretora de licenciamento ambiental, Gisela Forattini, expediu, em setembro a “renovação de Autorização de Captura, Coleta e Transporte de Material Biológico”. Esse é o primeiro documento registrado publicamente, na página do Ibama na Internet, depois que a licença foi indeferida, em junho.

A renovação é parte do processo que deve levar culminar com novo pedido de licenciamento ambiental em novo local. O processo será concluído até o início do próximo mês. Todas as etapas  da licença prévia já foram cumpridas, de acordo com painel do Ibama, faltando apenas a análise final.

O documento com a autorização da renovação de captura você pode acessar na página do Ibama (www.ibama.gov.br) ou no link a seguir:

https://edivaldojunior.blogsdagazetaweb.com/wp-content/uploads/sites/12/2012/11/ibama.pdf

Nova licença deve “consolidar” cura de Téo, diz Zé Wanderley
     │     13:04  │  2

“Recomendei uma nova licença ao Téo porque ele está precisando descansar, limpar o estresse para evitar que o problema volte”, aponta Zé Wanderley. O cardiologista e ex-vice governador, me disse por telefone que o governador até poderia trabalhar, mas não seria nada recomendável.

“Eu até brinquei com ele que fiz um acordo com o Nonô, para essa nova licença. Mas a verdade é que ele precisa mesmo descansar um pouco mais, para estabilizar e evitar uma recaída”, explica. “Se dá para ficar mais uns dias afastado, então é melhor a licença”, reforça.

Na prática, aponta o cardiologista, Téo Vilela já foi medicado, a arritmia foi debelada, mas como ela foi provocada pelo estresse, o descanso ajudará a consolidar a cura. Mas, vai aí um aviso para o governador e seus assessores: o descanso tem que ser pra valer.

No PMDB

Amigos, amigos, política a parte. Zé Wanderley avisa que está de corpo e alma no e a disposição do partido e de Renan Calheiros. “Estou pronto para qualquer projeto político do senador”, avisa.

Ritmo acelerado

Arritmia cardíaca é um problema no ritmo ou na velocidade do batimento cardíaco. O coração pode bater muito rápido, muito devagar, ou com ritmo irregular. Batimento cardíaco muito rápido é chamado de taquicardia, enquanto muito devagar chama-se bradicardia.

O problema do governador, pelo se sabe, foi uma taquicardia, provocada por estresse

 

Um novo modo de discriminar os alagoanos e nordestinos em São Paulo
   19 de novembro de 2012   │     14:55  │  23

Passei a semana fora de Alagoas participando de uma missão técnica do leite no Canadá. O retorno foi por São Paulo, neste domingo, com conexão no aeroporto mais movimentado do Brasil, o de Guarulhos. Lá descobri quase ao acaso o quanto o nordestino, especialmente o alagoano, continua sendo discriminado.

Foi o professor Eduardo Setton. Nos encontramos no Café, antes do embarque. Com um desabafo ele registrou para o nosso grupo: “o nordestino continua sendo tratado como pobres coitados por essas companhias aéreas. Nossa área de embarque é sempre nesse galinheiro”.

Explico: o que Setton chama de galinheiro é o setor de embarque de Guarulhos que vai dos portões 1A ao 1I.  São nove portões, portanto, localizados no subsolo do aeroporto numa pequena área, com poucas cadeiras, banheiros e um café.

É comum ver as pessoas sentadas no chão ou em pé nessa área de embarque, pois são muitos voos saindo para um espaço tão pequeno. Não por mera coincidência todos os voos que saem do local são do Nordeste: Alagoas, Sergipe, Ceará, Rio G. do Norte e Maranhão, principalmente.

O embarques para os Estados mais ricos do país normalmente é feito no piso principal do aeroporto, onde os passageiros tem melhor acomodação e opções para compras e alimentação.

“Eles sempre tratam nordestino assim. Vou escrever para a TAM e pedir as estatísticas dos voos que saem dessa área de embarque. Temos que denunciar isso”, desabafou Setton, que além de professor da UFAL é também secretário de Ciência e Tecnologia.

Depois do que ele me falou, parei para olhar um pouco em tudo ao redor e puxei pela memória. De todas as viagens que fiz a São Paulo nos últimos anos ,o embarque sempre foi pelo “galinheiro”. Me lembro de ter embarcado na área “vip” duas ou três vezes ao pegar conexão, na ida, de voos para Brasilia ou Estados do Sul.

Talvez façam isso porque o nordestino ainda não tenha aprendido a exigir seus direitos, talvez porque eles achem que nós somos todos analfabetos e comedores de farinha com rapadura, retirantes da seca, “uns pobres coitados”.

Mas talvez façam isso porque a gente ainda permite, apesar de sabermos o quanto é sábio e valoroso o povo nordestino. Devemos portanto aprender a protestar, a dizer NÃO. O nordestino precisa aprender a exigir tratamento igual a todo brasileiro. Não só no aeroporto, mas nos gabinetes de Brasília, nos programas federais, nas políticas e oportunidades de desenvolvimento.