Cícero ou a Câmara: quem cuspiu no prato de quem?
   26 de novembro de 2012   │     15:09  │  0

Uma frase do general Joaõ Batista Figueiredo foi repetida nos últimos dias nos sites locais para ilustrar a situação política do prefeito Cícero Almeida: “no fim do mandato até o café é frio”. Outra versão da frase também foi citada: “No fim do mandato, o café é frio e a água é quente”.

Essa citação não se aplica ao exposição-presidente Lula, mas se aplica na situação do atual prefeito apenas por duas razões: ele não fez o sucessor e não formou nenhum grupo político.

Solitário, Almeida carrega por enquanto apenas o seu maior patrimônio político: a popularidade. Mas do jeito que vai, logo ele pode perder até aprovação popular, dado o  número de denúncias que enfrenta ou vai enfrentar. E sem o escudo do cargo, o desgaste tende a ser mais rápido.

O que “causa espécie” – só para lembrar o STF no julgamento do mensalão – não é o café frio, nem a água quente. O que não dá para entender mesmo é como a Câmara de Vereadores passou, logo após a eleição, a adotar um comportamento tão rebelde em relação ao prefeito.

Há poucos meses, eram raras as críticas ao prefeito e a prefeitura. Era difícil imaginar um projeto de interesse do prefeito ser questionado no Legislativo Municipal. Era.

Mas depois das eleições tudo mudou. Será apenas porque o prefeito não fez o sucessor? Ou ele deixou de atender algum pedido, digamos, especial, dos atuais vereadores?

É estranho ver o prefeito e os vereadores trocando xingamentos. É gente que comia no mesmo prato até um dia desses e agora parecem inimigos de infância.