Importação de etanol com tarifa zero ameaça agroindústrias de Alagoas
   7 de abril de 2022   │     18:57  │  2

Autorizada em março pelo governo federal, a importação de etanol de outros países com tarifa zero, especialmente dos Estados Unidos, ameaça a produção de agroindústrias brasileiras.

O maior impacto, segundo produtores, deve se dar no Nordeste. Após a publicação da medida, verificou-se um rápido aumento das importações que podem afetar negativamente as usinas a partir do começo da próxima safra na região, previsto para julho.

Dirigentes de entidades só setor sucroenergético do Nordeste levaram a preocupação, esta semana, para os ministros da Economia e da Agricultura.

O presidente do Sindaçúcar-AL e do Conselho Deliberativo da Associação dos Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia – NovaBio, Pedro Robério Nogueira, recebeu dos ministros da Economia, Paulo Guedes e da Agricultura, Marcos Montes a afirmativa de que a isenção do imposto de importação de etanol não causará impacto negativo sobre a produção doméstica.

Apesar da promessa, Pedro Robério afirmou que o setor não deixará de fazer o monitoramento mensal para confirmar se as afirmativas dos ministros serão, de fato, colocadas em prática.

Em março passado, o Governo Federal reduziu a zero a taxa de importação de seis alimentos da cesta básica e do etanol. A medida foi aprovada em reunião extraordinária do Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex), órgão vinculado ao Ministério da Economia, tendo a finalidade de reduzir os impactos da inflação.

Segundo o Ministério da Economia, com a medida, o corte no imposto do etanol, cuja tarifa era de 18%, impactaria no preço da gasolina. Isso porque um percentual de 25% do etanol é adicionado na gasolina vendida nos postos de combustíveis de todo o país.

A medida, que começou a vigorar desde o dia 23 de março, quando foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), é válida até o final do ano.

Pedro Robério durante audiência com o ministro Marcos Montes, da Agricultura

Pedro Robério durante audiência com o ministro Paulo Guedes, da Economia

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  1. Juliano Silva

    O que se observa é o etanol aumentando de preço pra acompanhar a gasolina, causando prejuízo às relações de consumo e prejudicando a população. Um verdadeiro cartel de donos de postos, destilarias e distribuidoras.

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