Para a Deic o “fim do mundo” chegou mais cedo
   20 de dezembro de 2012   │     21:39  │  1

 “Se o mundo não acabar é bom pelo menos um apagão para dar um susto”. A sugestão, em tom de humor macabro, foi de uma amiga, no começo da semana.

Para mim o susto chegou suave, enquanto falava com Paulo Malta, gestor de RH da OAM no telefone. Ele relatou o barulho de explosões no Centro, seguido do som de muitas sirenes. Imaginamos, no primeiro momento, que poderia ter sido acidente de carro ou na rede elétrica.

O som lembrava, em dado momento, uma taboca estourando.

Voltei ao trabalho e, logo depois, o susto tomou uma dimensão inesperada. A Deic destruída pela explorsão e com pessoas soterradas lá dentro. E lá trabalha uma das minhas irmãs, que também é grande amiga. E justo hoje ela estava de plantão. Só comecei a relaxar depois de ouvi-la pelo celular: “sai alguns minutos antes e estou voltando para ver meus colegas”, relatou.

Foi por pouco que ela escapou. E muitos outros também. O pessoal da Deic e outras delegacias especializadas que funcionavam no prédio costuma trabalhar até mais tarde. “Hoje foi um pouco diferente porque alguns colegas saíram para diligências e outros para confraternizações. Na hora da explosão tinha um número menor de pessoas no prédio do que o habitual”.

Não preciso relatar o quanto ela ficou abalada com o drama dos seus colegas e a aflição de saber que escapou por pouco.

De resto, todo o trabalho da Deic foi esfacelado na explosão. Investigações, provas, processos. Será preciso recomeçar do zero.

Resta o consolo, para as pessoas que escaparam da tragédia, como a Lígia, de poder recomeçar.

COMENTÁRIOS
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  1. Lígia

    As imagens do que sobrou do DEIC são realmente de um “armagedon”. Estou desolada perdi uma amiga, colega de trabalho sempre feliz, alto astral, tipo de pessoa que costumamos descrever com a expressão “do bem”. Que seu falecimento não seja em vão. É preciso mais que nunca reavaliar as condições de trabalho dos policiais, afinal temos família e somos seres humanos também.

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