Quanto o governo de Alagoas já recebeu de recursos federais para ações de combate a seca até agora? Onde, como e quando essas verbas foram aplicadas? Essas são algumas perguntas que passaram a ser feitas pelos “prefeitos da seca” desde a última terça-feira após encontro de quase duas horas com o ministro da Integração, Fernando Bezerra, em Brasília.

Na audiência que foi marcada pelo senador Fernando Collor, PTB, o ministério da Integração prometeu atender a nove das onze reivindicações apresentadas pelo Comitê Integrado da Seca, que reúne as 37 prefeituras de cidades que estão em estado de emergência por conta da estiagem.

As perguntas surgiram porque o ministro Fernando Bezerra informou aos prefeitos que liberou recursos para ações de combate a seca desde junho do ano passado. Mas esses recursos, segundos os prefeitos, ainda não chegaram na maioria dos municípios que estão em estado de emergência em Alagoas.

Depois dessa reunião, o presidente do Comitê Integrado Contra a seca, Avânio Feitosa, decidiu permanecer em Brasília para fazer o levantamento de quanto o estado já recebeu para combater a seca e onde o dinheiro foi aplicado. “Infelizmente pelo que soubemos, o governo do estado não conseguiu aplicar até agora nem mesmo os R$ 10 milhões que recebeu há mais de sete meses porque não tinha um CNPJ”, relatou.

Segundo Avânio, além de levantar as informações em Brasília, a AMA (Associação dos Municípios Alagoanos) vai também detalhar as demandas dos municípios. “Precisamos aumentar o número de carros pipa há vários meses e infelizmente descobrimos que o Ministério não recebeu nenhum pedido para a ampliação desse serviço. O Estado precisa acelerar esse processo”, defendeu.

O ministro prometeu atender não só o aumento do número de carros pipas e dos recursos para alimentação dos animais. Fernando Bezerra enfatizou que não faltarão recursos para essas e outras ações, mas ponderou que não chegou nenhum pedido do estado de Alagoas no ministério para aumento de carros pipa ou de para os animais.

Água para todos

O ministro fez um balanço de recursos já repassados ao governo do estado e que ainda não chegaram aos municípios. Somente através do Comitê de Combate a Seca foram R$ 10 milhões, que deveriam ter contemplado além de obras de limpeza de barragens, a distribuição de bagaço de cana para alimentar os animais da bacia leiteira. O estado também foi contemplado com recursos do programa Água Para Todos, carros pipas e cerca de R$ 200 milhões  para a construção de adutoras.

Por conta dessas informações, todos os prefeitos das 37 cidades em estado de emergência serão convocados para participar da próxima reunião do Comitê de Combate a Seca, que reúne a Defesa Civil e outros órgãos estaduais. “O objetivo é pressionar o governo a dar maior representatividade ao comitê e maior celeridade as ações”, explicou Avânio Feitosa.

O presidente da AMA, Marcelo Beltrão, informou ainda que o vice-presidente da AMA, Jorge Dantas, vai fazer um levantamento das ações que já foram realizadas pelo Estado. O objetivo é detalhar as ações já realizadas e as que ainda serão executadas: “A intenção da Ama é fazer parceria para que esse negócio ande mais rápido”, afirmou Beltrão.

O senador Fernando Collor também vai cobrar explicações do estado. “O governo federal está liberando os recursos para essas ações de combate a seca e esses recursos não chegaram nas mãos dos prefeitos. No caso do bagaço de cana o recurso já está liberado e, ainda mais agora que o ministro prometeu ajudar também com o transporte, mas infelizmente não chegou até agora para as prefeituras. O governo precisa explicar o que está fazendo com esses recursos”,  enfatizou.

 

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