Num pronunciamento que virou o jogo político em Brasília, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) mostrou que deputados federais e senadores da base aliada – especialmente do seu partido – estão em pé de guerra com o Palácio do Planalto.
O presidente do Congresso Nacional lamentou não ter sido ouvido pela presidente Dilma Rousseff, mas prometeu colaborar.
Renan Calheiros chamou, na definição do site Brasil 247, o “jogo para si” e defendeu conciliação até com a oposição, incluindo a agenda do senador Aécio Neves.
O presidente do Congresso Nacional divulgou hoje pela manhã uma mudança na sua agenda para uma reunião com o presidente do PSDB e pré-candidato a presidente da república, com quem discutiu a defesa do pacto federativo, no conjunto de medidas que serão apreciadas pelos parlamentares;
Renan defendeu passe livre para os estudantes, 10% do PIB na educação, votação do projeto que transforma a corrupção em crime hediondo e concordou com a ideia do plebiscito, como registrei anteriormente.
Longe de Dilma Rousseff, próximo da oposição
A presidente deixou de convidar – sabe-se lá a conselho de qual mente brilhante – os presidentes da Câmara e do Senado para a reunião de segunda-feira, realizada com governadores de estados e prefeitos das capitais.
Foi um tiro no pé.
Ela conseguir, ao menos por enquanto distanciar ainda mais partidos insatisfeitos da base aliada que ensaiam uma aproximação da oposição. E não estou falando apenas do PMDB de Michel Temer, Renan Calheiros e Henrique Alves.
A crise que agora se aprofunda pode ser um prato cheio não só para Aécio Neves, que passou a elogiar Renan Calheiros, mas também para dissidentes como o PSB de Eduardo Campos. As próximas horas serão decisivas.
Se Dilma Rousseff recuar mais uma vez (ela já abriu mão de convocar uma constituinte exclusiva) e passar a ter uma interlocução política mais efetiva pode ser que o governo mantenha a maioria no Congresso Nacional.
Se continuar do jeito que vai, ela terá que enfrentar além das vozes das ruas, os gritos de protesto do Congresso Nacional.
Pronunciamento
A seguir, os principais trechos de reportagem do site Brasil 247:
“O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Congresso Nacional, acaba de fazer seu mais importante pronunciamento, que poderá ter sérias repercussões no jogo político de 2014. Na fala, ele mandou um recado negativo para a presidente Dilma Rousseff e uma sinalização positiva para o senador Aécio Neves (PSDB-MG). “Talvez não tenha havido tempo para avisar o Congresso”, disse Renan. Depois disso, ele afirmou que “é tempo de conciliação inclusive com a oposição”.
Renan fez questão de chamar o jogo para o Congresso, refutando a ideia de uma constituinte exclusiva para votar a reforma política. Mais do que isso, apresentou uma série de iniciativas: (1) um projeto do próprio Renan que estabelece o passe livre para os estudantes no transporte urbano, (2) a votação de um projeto que transforma a corrupção em crime hediondo, (3) a votação do projeto que destina 10% do PIB para a educação.
O presidente do Congresso pediu ainda que, no conjunto de pactos proposto pela presidente Dilma Rousseff, seja incluído também um voltado à segurança pública. “Não existe Congresso Nacional de costas para o povo”, disse Renan. “Vamos aproveitar a energia das ruas para fazer as transformações necessárias”.
Renan defendeu ainda uma agenda que vem sendo defendida há anos pelo senador Aécio Neves (PSDB/MG). “Vamos rever o pacto federativo, para que estados e municípios tenham condição de investir na melhoria dos serviços públicos”, disse. Na conciliação com a oposição, ele prometeu também rever os indexadores da dívida de estados e municípios.
O senador defendeu um plebiscito sobre a reforma política, mas deixou claro que ele pretende manter a iniciativa política nas mãos do Congresso Nacional. E propôs até a redução no número de ministérios.
Na sessão, a primeira pessoa a ter a palavra concedida pelo presidente da casa foi o senador Aécio Neves (PSDB-MG), mas antes Renan permitiu um aparte de Humberto Costa (PT-PE). Aécio iniciou sua fala aplaudindo a fala de Renan.
Com 61 anos, pela primeira vez parabenizo o Senador Renan Calheiros pela atitude de encaminhar para votação no Congresso Nacional o projeto que qualifica a Corrupção, EM CRIME HEDIONDO.
Não há necessidade de se manter 39 ministérios, 30 mil cargos de comissão para acomodar uma maioria de corruptos e incompetentes, muitos acusados de roubo de dinheiro do povo.
Sinta, Senador Renan Calheiros o cheiro da população nas ruas ( esta é sua origem politica), revoltada, indignada, sem ter a quem apelar, desesperada com tanta roubalheira e impunidade!.
PARABÉNS!.