A “lembrança” é do deputado federal Paulão, do PT-AL. E tem tudo a ver com a imagem do dia: o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha era todo sorriso, lado a lado de Romero Jucá, no momento em que o senador anunciou o “desembarque do PMDB do governo Dilma Rousseff, nesta terça-feira, 29.
Nos bastidores, em Brasília, existe a certeza de que Cunha tem um acordo com a oposição para permanecer na presidência da Câmara – um “pagamento” pelo sua condução no processo de impeachment na Casa.
“A máscara do Temer caiu. O Cunha manobra com ele (Temer) e é preciso lembrar que ele será, como presidente da Câmara, o próximo na linha de sucessão, se o impeachment passar. Mas acredito, baseado em fatos, que o impedimento não passará”, resume Paulão
Continuo, como prometi, com informações rápidas acerca dos alagoanos no processo de impeachment.
Em função da “turbulência” nacional, vou publicar aqui textos curtos sobre os acontecimentos envolvendo a posição de políticos alagoanos sobre o impeachment.
Começo com Marx Beltrão, deputado federal do PMDB. Em texto publicado na sua página no Facebook, o parlamentar traduz sua posição: favorável ao rompimento com o governo Dilma Roussef, mas ainda indeciso quanto ao voto no impeachment. Marx Beltrão promete estudar o tema para fundamentar a decisão.
Veja o que ele diz:
“Hoje (terça-feira, 29), Bom dia, amigos. Hoje o partido ao qual faço parte, o PMDB, oficializa saída do governo Dilma. Sou a favor de que o partido deixe o governo, pois acredito que esta gestão perdeu o rumo, por não acreditar na política econômica em curso. O governo federal perdeu a capacidade de se articular e fazer com que o país volte a crescer. É nesse sentido que o PMDB está saindo. Sobre o impeachment ainda não me manifestei, faço parte, como suplente, da comissão que analisa a denúncia e recebi na semana passada o extenso documento da Presidência da Câmara que contém todo o processo. Vou estudá-lo e ao final do relatório da comissão, decidir minha posição com devido fundamento. Estou com mesmo o sentimento de esperança e dias melhores para o povo brasileiro. Que o país volte a crescer e empregar a nossa gente. Essa é a decisão do partido de ruptura diante da ingovernabilidade”.
Em 2012 Manoel Tenório (PSDB) era o presidente da Agência de Defesa Agropecuária de Alagoas (Adeal) e saiu de lá para disputar e vencer as eleições de prefeito em Quebrangulo.
Prefeito de Quebrangulo até 2012, Marcelo Lima (PMDB), por estranha coincidência é hoje o presidente da Adeal e pode sair de lá para disputar e vencer (nos bastidores e em pesquisas de consumo interno é apontado como favorito) as eleições na sua cidade. Ou não!
A novidade em Quebrangulo é que Marcelo Lima tem uma alternativa viável, se ele não quiser concorrer a reeleição. A esposa dele, Andreia Maia, também filiada ao PMDB, aparece em pesquisas internas com amplas chances de vitória. Não será “surpresa” se Andreia for para a chapa, como vice ou mesmo como candidata a prefeita.
Seria uma reviravolta na política de Quebrangulo, que nas últimas duas décadas viu um revezamento de Manoel Tenório e Marcelo Lima na prefeitura da cidade.
O presidente do Senado, Renan Calheiros, um dos principais caciques do PMDB nacional, não vai a reunião do partido, na tarde desta terça, 29, deve decidir pelo “desembarque” do governo Dilma Rousseff.
“Minha posição é institucional”, pondera Calheiros. “Se esse processo chegar ao Senado, eu terei que fazer sua condução, junto com o STF”, emenda o senador.
A posição do senador de Alagoas nunca foi externada claramente. Mas os sinais tem sido de “equilíbrio”.
Depois de uma reunião com o vice-presidente Michel temer, que foi até a residência oficial do presidente do Senado, nessa segunda-feira, Renan Calheiros definiu que evitaria o “confronto” na reunião desta terça.
Os gestos, no entanto, falam mais do que as palavras. Vejam bem: foi Michel (atualmente paparicado pelos líderes da oposição) que foi até Renan Calheiros – e não o contrário.
Ao se manter “distante” e preservar sua posição “institucional”, Renan Calheiros fica livre para conduzir o processo de acordo com sua “consciência”.
Alagoas terá, assim, provavelmente, papel decisivo no processo de impeachment.