Com mais de 500 mil habitantes, Joinville é a maior cidade de Santa Catarina. Maior até que a capital, Florianópolis. O lugar tem ares de metrópole moderna, mas seus habitantes nunca perderam o jeito simpático de população do interior.
Estive lá na última quinta-feira para participar da Interplast, uma feira para indústrias do setor plástico. O pouco que vi foi o suficiente para ficar com boa impressão: ruas limpas, bem arborizadas, trânsito organizado e um povo educado e hospitaleiro.
Ainda assim o atual prefeito, do PT, que concorre à reeleição, tem apenas 8% nas pesquisas. Entendi porque com Zumiro, um motorista que atendeu o grupo de alagoanos que participou da feira. Sua maior reclamação (praticamente única) é a falta de incentivo para as indústrias. “Esse prefeito está deixando nossas indústrias irem embora para Araquari (cidade vizinha) porque não dá incentivos e nem apoia as empresas”, reclamou.
Em Joinville indústria e emprego são levados a séria pela população. A cidade tem empresas famosas, como a Consul, Brastemp, Tigre e Amanco. Só as fábricas de transformação de PVC empregam mais de 4 mil pessoas.
Cada fábrica que sai é um problema para a economia e motivo de revolta dos moradores da cidade. Essa é uma preocupação que se vê em cada pessoa de Joinville e por isso a política desenvolvimento, da geração de emprego, faz parte dos discursos em qualquer eleição.
Na volta a Alagoas parei para avaliar essa “lição”. Em Maceió os temas dominantes continuam sendo saúde, educação, segurança e, como o pleito é municipal, pavimentação de ruas e coisas do tipo.
Ainda não vi na agenda ou nas propostas dos candidatos a prefeito nada que se refira a incentivos com o objetivo de manter ou atrair empresas para a cidade.
Para explicar melhor o que penso, recorro mais uma vez a Zumiro. Ele acha que Dilma e o PT têm muitos votos no Nordeste por conta do Bolsa Família e outros programas sociais. “Se o governo quisesse resolver o problema da pobreza no Nordeste era só incentivar indústria, como acontece aqui”.
Zumiro tem razão. Claro que além de indústria, comércio, serviço, turismo. Quanto mais empresas, mais empregos e menos bolsa família.
Célia Rocha, uma exceção
Ainda com grandes problemas, Arapiraca e seus mais de 200 mil habitantes é a cidade alagoana que mais me lembra Joinville. Principalmente pelo sentimento do seu povo. A cidade tem fábricas conhecidas como Araforros, Coringa, Cilel,Coca-cola e as maiores centrais de distribuição do Estado, além de uma agricultura forte.
O sentimento do arapiraquense é parecido com o do joinvillense. Talvez por isso a cidade cresça tanto que se tornou referência nacional em desenvolvimento. Talvez por isso a candidata do PTB, líder nas pesquisa, se preocupe com a questão: “Vou continuar oferecendo condições para novas empresas”, afirmou Célia Rocha, segundo sua assessoria, no programa do guia eleitoral dessa sexta-feira.
Célia destacou a importância de continuar fortalecendo o comércio e a geração de emprego e renda. “Como prefeita vou continuar oferecendo condições para que novas empresas se instalem em Arapiraca. Vamos lutar para que os arapiraquenses consigam mais empregos. Esta é a Arapiraca que o Brasil conhece e não pode parar”, afirmou a candidata.
Claro que cabe ao eleitor decidir o que quer, qual é o melhor candidato a eleger. Quem busca desenvolvimento, crescimento, vai querer ouvir o que os candidatos tem a dizer sobre o incentivo as empresas e ao emprego. Já quem gosta de pedir favor…