Monthly Archives: dezembro 2012

Após explosão, Deic vira “atração” para maceioense
   21 de dezembro de 2012   │     1:12  │  6

Mudei a rotina e fiz um programa diferente nesse começo de madrugada. Dei uma passada no  Farol para ver de perto o estrado da explosão na Deic.

Agora, depois da meia noite, puder perceber que o movimento “diminuiu”.  Mesmo assim dezenas de pessoas ainda se revezam em frente ao local – fortemente vigiado depois da explosão – para matar a curiosidade e tentar entender melhor o tamanho desta tragédia.

De fato a explosão foi surpreendente. Lembra os atentados terroristas que costumamos ver não TV.

A movimentação de pessoas, intensa logo após a explosão, deve se repetir agora pela manhã. As grandes tragédias costumam ter esse magnetismo no brasileiro e, de forma especial, no alagoano.

Será assim durante todo dia, enquanto o assunto “esfria”. E, é claro, que mesmo diante da tragédia sempre encontramos pessoas com criatividade suficiente para um humor qd característico.

Quando eu ia deixando o local ouvi uma moça comentar para um grupo de amigos: “no Brasil tem prévia de tudo, de carnaval, de são João e até  prévia do fim do mundo”.

Para a Deic o “fim do mundo” chegou mais cedo
   20 de dezembro de 2012   │     21:39  │  1

 “Se o mundo não acabar é bom pelo menos um apagão para dar um susto”. A sugestão, em tom de humor macabro, foi de uma amiga, no começo da semana.

Para mim o susto chegou suave, enquanto falava com Paulo Malta, gestor de RH da OAM no telefone. Ele relatou o barulho de explosões no Centro, seguido do som de muitas sirenes. Imaginamos, no primeiro momento, que poderia ter sido acidente de carro ou na rede elétrica.

O som lembrava, em dado momento, uma taboca estourando.

Voltei ao trabalho e, logo depois, o susto tomou uma dimensão inesperada. A Deic destruída pela explorsão e com pessoas soterradas lá dentro. E lá trabalha uma das minhas irmãs, que também é grande amiga. E justo hoje ela estava de plantão. Só comecei a relaxar depois de ouvi-la pelo celular: “sai alguns minutos antes e estou voltando para ver meus colegas”, relatou.

Foi por pouco que ela escapou. E muitos outros também. O pessoal da Deic e outras delegacias especializadas que funcionavam no prédio costuma trabalhar até mais tarde. “Hoje foi um pouco diferente porque alguns colegas saíram para diligências e outros para confraternizações. Na hora da explosão tinha um número menor de pessoas no prédio do que o habitual”.

Não preciso relatar o quanto ela ficou abalada com o drama dos seus colegas e a aflição de saber que escapou por pouco.

De resto, todo o trabalho da Deic foi esfacelado na explosão. Investigações, provas, processos. Será preciso recomeçar do zero.

Resta o consolo, para as pessoas que escaparam da tragédia, como a Lígia, de poder recomeçar.

Collor, a farmácia e a dor do povo alagoano
     │     18:55  │  1

O café da manhã  do senador Fernando Collor com a imprensa, hoje, foi um oportunidade de reencontrar companheiros do batente. Romero Vieira Belo, Luiz Dantas Vale, Fernando Araújo, Bleine Oliveira, Fátima Almeida, Arnaldo Ferreira, entre tantos outros jornalistas que eu não encontrava  há um bom tempo estavam lá, escutando o ex-presidente falar sobre Alagoas e o Brasil.

Entre uma resposta e outra Collor abordou questões que trato neste blog. Alguma delas, quase ao acaso. É o caso, por exemplo, das farmácias 24 horas de Maceió. Todas foram fechadas, como relatei recentemente, exceto uma que continua funcionando na Ponta Verde.

Dor de dente? Febre? Alguma urgência médica? Se passar da meia noite o maceioense só tem uma farmácia onde poderá encontrar remédio. Quem mora na região do Tabuleiro terá que percorrer mais de 20 km.

Pior do que a dor de dente é saber que as farmácias fecham a noite pelo medo da violência crescente.

Collor usou a informação do blog para ilustrar a situação que o cidadão de Maceió enfrenta por conta da insegurança. E é um exemplo forte. Basta lembrar que há 20 anos, com uma população bem menor, a cidade tinha mais de dez farmácias 24 horas.

Apesar do Plano Nacional de Segurança (o Brasil Mais Seguro) não está fácil andar pelas ruas de Maceió depois da meia noite. A cidade dorme, escondida, com medo, esperando a luz do dia para que seus cidadãos se aventurem novamente, se arrisquem a bordo  de um ônibus, no estacionamento do hipermercado ou mesmo numa lotérica dentro de um shopping.

Durante o dia, o risco é um pouco menor. Mas quem quiser sobreviver terá de redobrar a atenção e evitar certos ambientes “perigosos” como a rua onde mora, a loja da esquina, o restaurante e até  igrejas.

Licença do estaleiro Eisa deve sair em até seis meses, diz Luiz Otávio Gomes
   19 de dezembro de 2012   │     19:05  │  5

O secretário estadual de Planejamento e Desenvolvimento quebrou o “pacto de silêncio” em torno do processo de implantação do estaleiro Eisa, no município de Coruripe.

O mega projeto – um dos maiores das  Américas, com previsão de investimentos de R$ 1,5 bilhão e geração de 10 mil empregos diretos –  foi transformado num “objeto do desejo”, um sonho de desenvolvimento, para a maioria dos alagoanos.

“Demos um primeiro passo, mas a jornada é longa”, disse Luiz Otávio Gomes numa conversa por telefone.

Para o secretário a aprovação do Relatório de Impacto Ambiental, fato registrado em primeira mão neste blog, é um grande avanço mas não significa que o Ibama vá liberar imediatamente a licença prévia para a implantação do investimento.

“Ainda temos vários prazos para cumprir. No melhor dos mundos, a construção do estaleiro começa em maio. No pior dos mundos, em julho. Eu acredito que teremos uma solução final até junho de 2013”.

Entre os prazos está a publicação do chamamento para a audiência pública. Isso pode acontecer amanhã ou no máximo em dez dias.

“Após publicação no Diário Oficial da União o prazo para realização da audiência será de 45 dias, ou seja, a audiência deve acontecer entre 10 e 15 de fevereiro. Em seguida, o Ibama precisa esperar mais 25 dias, que é o prazo para a apresentação de qualquer contestação”, detalha Luiz Otávio Gomes.

Mantido esses prazos, a licença prévia poderia sair no final de março. “Após a licença prévia os técnicos do Ibama vão precisar de no mínimo mais 30 dias para liberar a licença de instalação. Ou seja, a construção pode começar em maio, junho ou julho”, diz.

Luiz Otávio Gomes faz questão de lembrar que o processo é longo e não existe nenhuma garantia de que a nova área será aprovada. “Estamos trabalhando para isso, mas só teremos certeza do licenciamento em quatro ou cinco meses”, enfatiza.

Eu quis saber se o Estado já desapropriou a nova área, que deverá ter, cerca de 2 milhões de metros quadrados.  A resposta, desta vez foi um pouco evasiva: “só posso adiantar que o Estado está atento a todas as questões pertinentes a incentivos fiscais, creditícios e locacionais”, afirma o secretário.

Ibama surpreende e aprova RIMA do estaleiro Eisa em tempo recorde
   18 de dezembro de 2012   │     17:43  │  10

Quem te viu, quem te vê. As analistas do Ibama levaram menos de uma semana para avaliar e aprovar as alterações no novo Relatório de Impacto Ambiental do estaleiro Eisa em Coruripe.

Ana Margarida Portugal e Elizabeth Eriko Uema, analistas ambiental, responsáveis pela avaliação do “Relatório de Impacto Ambiental” haviam publicado no, último dia 12, a Informação 51/2012, reprovando o estudo e pedindo sua reformulação.

Em documento publicado hoje, portanto seis dias depois, no site do Ibama (a informação 52/2012) as técnicas aceitaram as correções e, finalmente, aprovaram o Rima.

“Por fim, esta equipe considera o presente RIMA adequado e passível de distribuição desde que efetuadas as correções acima referidas, não sendo necessária nova análise. É a informação”, diz, na conclusão, o documento assinado or Renata Nogueira Lima, Analista Ambiental
e Elizabeth Eriko Uema, Analista Ambiental.

Agora fica faltando apenas a realização da audiência pública em Coruripe, o que deve ocorrer no começo do próximo ano – provavelmente em janeiro, no máximo fevereiro.

Em outras palavras, o Ibama dá claros sinais de que vai sim aprovar o licenciamento para construção do Eisa na nova área.

O documento com a aprovação do Rima você pode conferir no link a seguir:

https://edivaldojunior.blogsdagazetaweb.com/wp-content/uploads/sites/12/2012/12/rima-eisa-201223.pdf

As duas informações técnicas anteriores (negando o Rima) podem ser acessadas nos links a seguir:

https://edivaldojunior.blogsdagazetaweb.com/wp-content/uploads/sites/12/2012/12/rima-eisa-2012.pdf

https://edivaldojunior.blogsdagazetaweb.com/wp-content/uploads/sites/12/2012/12/rima-eisa-20122.pdf

Pedido de licença é para a área 5D, em Coruripe

O novo estudo de impacto ambiental prevê a implantação do estaleiro na área 5D, que segundo o Ibama apresenta como vantagens ser “ambiente livre de bosque de mangue; afastado do sistema estuarino do rio Coruripe; não demandaria intervenções tão impactantes na área terrestre”.

A principal desvantagem, segundo o órgão seria principalmente a “necessidade de obras de proteção devido à exposição à ação de ondas”.

Na informação 49, as analistas esclarecem que “se aceitou como novo local para a implantação do empreendimento a Alternativa 5D… induz o leitor a concluir por uma definição da área para implantação, quando se trata, na verdade, de um novo estudo de alternativa, que pode ou não ser viável”.